quarta-feira, 17 de agosto de 2011

As formas do saber

A entrevista com o filósofo francês Piérre Lévy (teórico da cibercultura), realizada pelo jornalista Florestan Fernandes Jr, está disponibilizada em 04 vídeos no You Tube. O diálogo aborda desde a Revolução Científica e Tecnológica e envereda-se pelas transformações na vida, nas atividades e nas relações humanas em uma linguagem clara e repleta de exemplos por meio dos quais Piérre Lévy apresenta os pressupostos que fundamentam seu pensamento filosófico sobre a Cibercultura.
Os vídeos são excelentes pontos de partida para a leitura dos textos de Piérre Lévy e para a proposição de discussões sobre a Cibercultura em confronto com as formulações de outros teóricos que discordam da perspectiva otimista desse filósofo francês.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A brancura operacional de Baudrillard

REFERÊNCIA: BAUDRILLARD, J. A brancura operacional. In: ______. A transparência do mal. Ensaios sobre os fenômenos extremos. 7. ed. São Paulo: Papirus, 2003, pp. 51- 57.


Nesse texto, Baudrillard propõe uma crítica à dissolução da negatividade, empreendida pela comunicação a partir da simulação e da instalação de uma transparência definitiva, que ele denomina de brancura operacional. O autor argumenta que o embranquecimento, perseguido no campo da comunicação, manifesta-se também em outras dimensões da atividade humana criando uma socialidade e uma corporeidade brancas, numa espécie de assepsia total.
Trata-se de uma operação que tem como objetivo expurgar a negatividade do real e criar o hiper-real perfeito e transparente. Tal investimento na esteticização da vida em todos os seus aspectos e dimensões pode ser observado, por exemplo, na organização das vias de locomoção das grandes cidades de modo a tornar invisíveis os espaços que revelam as mazelas sociais e evidenciar os não-lugares como shopping center e aeroporto.
O caráter operacional é buscado por meio da submissão aos critérios de conveniência e compatibilidade máxima. Nesse contexto, “ser operacional” é resultado de um processo de instrumentalização de tudo e de todas as coisas. De modo que, não é a ação que está no comando, mas é ela que precisa ser comandada e controlada, de acordo com finalidades específicas e pré-definidas.
Esse comando da ação é operado por persuasão ou dissuasão, sobretudo midiática, que produz modelos de vontade e cria necessidades que alimentam a produção e o consumo no sistema capitalista. Nesse sentido, o comer, o querer, o saber, o fazer, o gozar são provocados ininterruptamente nas pessoas e, desse modo, a ação sofre um esvaziamento de sentido. É o próprio “eu” que, esvaziado de sua essência, torna-se transparente e pode ser atravessado pela informação e pela operacionalidade, transformando-se em “instrumento”. Processo esse de coisificação do humano que promove a perda de seu protagonismo na ação e na história.
Sendo assim, a busca pela performance tem na razão instrumental o suporte para determinar as fórmulas de perfeição/brancura que garantem o sucesso da ação, agora e sempre em função dos resultados e dos fins estabelecidos. Desse estado de coisas, o autor denuncia os maus presságios que já se revelam na existência humana contemporânea. Como exemplo, ele destaca os males e as doenças que acometem atletas e profissionais funcionais e performáticos. Os problemas decorrentes de treinos excessivos, as doenças ocupacionais, os distúrbios psicológicos, o comprometimento das relações sociais e a perda do sentido e do prazer que alimentam a pulsão de vida.
Contudo, é esse mesmo “desejo”, ameaçado e controlado na perspectiva apocalíptica de análise de Baudrillard, que permite a ruptura da lógica perversa que governa esse sistema. É a “vontade de sentir” que subverte o controle empreendido pelo sistema e potencializa a busca humana pelo que é possível em realidade. Por mais branco e perfeito que possa ser o hiper-real, à custa do esvaziamento de conteúdo e de sentido e da eliminação da diferença produz uma estética vazia, um nada que é consumido sem sabor, sem sentido e sem prazer, que serão mais cedo ou mais tarde cobrados pelo “desejo”, pela pulsão de vida que provoca a saída do hiper-real e o retorno a uma realidade possível.

Para compreender melhor a brancura operacional, assista ao filme "O show de Truman".

domingo, 17 de julho de 2011

As redes sociais como campo de estudo

As redes sociais tem se tornando campo de estudo para as Ciências Humanas e Sociais. Aumenta gradativamente o número de pesquisadores interessados em investigar os problemas que emergem dos agenciamentos humanos ocorridos nas redes sociais. A educação também tem buscado a proposição de problemas correlatos ao ensino e à aprendizagem mediados pelas tecnologias digitais. A relevância destas pesquisas pode ser justificada por números apresentados e por estatísticas diversas que mostram o crescimento exponencial da rede virtual em termos de usuários, serviços, páginas, blogs e perfis que surgem sem parar.
Mais que impressionar-se com o movimento da cultura digital em curso na sociedade contemporânea, os pesquisadores da Educação precisam aproximar-se desse fenômeno para desvelar suas implicações para a cognição humana e para o modo como social e institucionalmente realizamos os processos educativos.
Volto a lembrar, que estudar as tecnologias digitais em Educação não consiste apenas na afirmação do óbvio ou na reprodução de proposições recorrentes sobre o cárater impositivo do processo de tecnologização da sociedade, sobre as sempre exaltadas benéfices das tecnologias, ou ainda, sobre a inevitável "adaptação da escola". Ancorada em perspectivas teóricas críticas das tecnologias digitais, inquieto-me por questões mais profundas que tenham relação com aquilo que não se mostra tão facilmente e que, embora presente, permanece desconhecido.
Para quem também se interessa pelo estudo das redes sociais, seguem algumas leituras disponíveis no último volume da Revista Iluminuras que trata da Antropologia com redes sociais: consolidação de um método nos estudos etnográficos e no vídeo "O que são redes sociais?" produzido pela Escola de Redes.

domingo, 26 de junho de 2011

I Semana Pedagógica - CE/UFPB 2011


Encerrando a I Semana Pedagógica do Centro de Educação da UFPB, tive o privilégio de compor uma mesa redonda sobre Educação e Tecnologias com a Profa. Edna Brennand, realizada no dia 17/05 às 14h30, no Auditório do CE. A profa. Edna abriu a discussão a partir da perspectiva de uma Educação Global, abordando suas proposições e seus desafios. Enquanto eu encaminhei o debate para questões mais contextuais e locais, situando o tema no âmbito da formação profissional de docentes em nível superior, sobretudo a que realizamos com nossos graduandos dos cursos de Pedagogia Presencial e a Distância da UFPB.
Falar sobre tecnologia implica não apenas em refletir sobre questões teóricas, mas empreender experiências de uso pedagógico. E, nesse sentido, nossas vozes ao tempo em que ecoavam no auditório e encontravam retorno nas vozes de nossos graduandos ali presentes, viajavam pela rede via twitcam e colocavam-se à disposição de todos os internautas interessados pelo estudo do assunto. Contamos com a participação de alunos que interagiram conosco enviando suas perguntas e comentários durante o debate. A mesa possibilitou-nos articular teoria e prática e demonstrar aos futuros pedagogos como as tecnologias digitais podem compor situações pedagógicas que favoreçam os processos de aprendizagem abertos e colaborativos.
Quem desejar assistir ao vídeo, clique em: http://twitcam.livestream.com/5auzu
Continuamos abertas aos comentários de nossos graduandos e visitantes sobre o que propusemos para essa discussão.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Oficina EEPB 2011

O Diretório Acadêmico do Curso de Pedagogia da UFPB organizou e realizou, nos dias 04, 05 e 06 de junho de 2011, o "Encontro de Estudantes de Estudantes de Pedagogia da Paraíba". O evento reuniu graduandos de universidades e faculdades públicas e privadas do Estado da Paraíba, no Centro de Educação da UFPB, Campus I, João Pessoa.
A oficina Educação, Comunicação e Tecnologias contou com a participação de 30 graduandos para, juntos, discutirmos sobre o tema "Redes sociais e aprendizagem". Partimos da indicação curricular do estudo sobre tecnologias nos cursos de Pedagogia para dar o start sobre como essa formação é realizada na UFPB, no âmbito de um componente curricular obrigatório, com 60 horas/aula, intitulado "Educação e Tecnologias". Para, em seguida, provocar uma série de questionamentos a partir de vídeos, imagens e textos sobre os conhecimentos pedagógicos e técnicos relacionados com as práticas de uso das tecnologias digitais na educação.
De otimismos ou pessimismos exagerados sobre a questão, buscamos a via da lucidez pedagógica, que se fundamenta em reflexões teóricas e análises críticas sobre as práticas sociais e educacionais de uso das tecnologias digitais na tentativa de imergir e desvendar as tramas complexas dessa rede. Alguns pontos nortearam o diálogo entre os participantes, foram eles:
- Pensar o binômio inclusão-exclusão na rede;
- Criar espaços potenciais de diálogo e aprendizagem
na rede;
- Formar o cidadão e não apenas o consumidor na rede;
- Encontrar as brechas virtuais para a ação e superar o controle sobre as possibilidades de fazer escolhas.
Apresentamos, ainda, exemplos de projetos desenvolvidos com alunos da UFPB sobre o uso pedagógico da rede virtual em blogs e microblogs. Os graduandos Marcelo Dias Ribeiro e Lays Regina Batista apresentaram o objeto de aprendizagem que construíram com uma proposta pedagógica de uso do Twitter na Educação Básica.
A oficina foi um momento rico para o debate e suscitou reflexões relevantes para os futuros pedagogos que, certamente, mais do nunca, terão que tratar do uso das tecnologias digitais durante o exercício de suas atividades profissionais.

Obrigada aos participantes e aos organizadores do evento!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Reflexões sobre o uso das tecnologias na escola

O que constitui esta postagem é a sintese da discussão dos textos sobre tecnologia e educação. O nosso objetivo foi compreender a realidade relacionada com o processo de ensino aprendizagem e com os conhecimentos tecnológicos, refletindo sobre suas utilidades nos espaços sociais, culturais e econômicos. A partir daí, podemos propor novas metodologias de ensino e práticas pedagógicas para o desenvolvimento educacional, tendo como objetivo a interação dos indivíduos com os avanços científicos da humanidade, ampliando seus conhecimentos sobre esses recursos e possibilitando a criação permanente de novas tecnologias e novas práticas sociais e educaionais.
1-Por que usar tecnologias na escola?
A utilização das tecnologias na escola tem importância quando facilita a aprendizagem e a ação pedagógica dos professores e dos alunos em sala de aula. Isto porque estamos inseridos em um mundo globalizado, no qual precisamos nos apropriar de saberes e práticas sociais de uso da tecnologia que estão articulados com os aspectos sociais, econômicos e culturais, que demandam mudanças no mercado de trabalho e no processo de ensino aprendizagem.
2-Para que usar tecnologias na escola?
Para subsidiar a compreensão da própria realidade atual, desenvolvendo pesquisas, demonstrações ecomunicações de forma útil e flexível dentro das instituições e para estimular os alunos no processo de ensino-aprendizagem.
3- Que tecnologias usar na escola? E como usar essas tecnologias?
As tecnologias físicas, que são inovações como caneta esferográficas, livros, computador, etc. As tecnologias organizadoras são a forma como relacionamos as diversas técnicas de aprendizado e da qualidade de educação, focalizando os métodos de ensino. E as tecnologias simbólicas com as linguagens que permitem a socialização e a comunicação, articulando aspectos político, social, econômico e cultural. É através dessas e de outras tecnologias, que estejam disponíveis nas escolas, que podemos proporcionar uma boa qualidade de ensino e uma compreensão mais ampla sobre como utilizar a tecnologia para benefício da vida. Podemos utilizá-las como instrumentos pedagógicos que viabilizem uma melhor aprendizagem aos alunos, favorecendo a realização de atividades contextualizadas e a construção permanente de conhecimentos advindos da interação entre professores e alunos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Políticas Públicas e Programas Brasileiros de Informática na Educação


Esse foi o tema da mesa redonda organizada e realizada pelos professores da disciplina de Educação e Tecnologias, semestre 2011.1, do Curso de Pedagogia da UFPB, no dia 31 de maio de 2011, no Auditório do Centro de Educação. Os graduandos das três turmas dos turnos manhã, tarde e noite reuniram-se para dialogar com o Prof. Phd. Cláudio André (UFPB) - Coordenador do Programa Um Computador por aluno (UCA) e o Sr. Fabrício Feitosa - Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação da Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de João Pessoa sobre os programas e as ações em desenvolvimento nas escolas da rede pública da Paraíba.
O Sr. Fabrício Feitosa apresentou os números correspondentes aos professores capacitados pelos cursos promovidos pela SEDEC/PMJP em articulação com o ProInfo/MEC nos últimos dois anos. Um total de 1765 gestores, professores e especialistas concluíram o Módulo I do ProInfo nos anos de 2009 e 2010. Essa ação de formação docente prevê ainda dois módulos (ProInfo II e III) e sua conclusão está estimada para o ano de 2012. Foram cedidos 350 notebooks para que professores do quadro permanente, concluintes do Módulo ProInfo I, possam planejar e executar aulas que mobilizem os recursos de informática disponíveis nas escolas.
Além da formação docente, foi destacado o Projeto de Robótica Educativa em desenvolvimento em 50 escolas da rede municipal. Essas escolas receberam kits de robótica, material didático e formação inicial para desenvolver projetos pedagógicos com alunos da Educação Básica. Os melhores projetos poderão participar da Olimpíada Brasileira de Robótica 2011 que terá a eliminatória estadual sediada na Estação Ciência, Cultura e Arte Cabo Branco.
O Prof. Cláudio André iniciou sua fala com reflexões acerca dos conceitos de alfabetização digital e letramento digital, destacando questões sociais relacionadas ao uso das tecnologias na sociedade contemporânea. Demonstrou o grande desafio que o MEC tem a enfrentar diante de uma rede pública de ensino composta por 48.000.000 de alunos e 1.900.000 professores. Apresentou, de modo geral, os programas e ações articulados com o objetivo de promover a inclusão digital. Os resultados e o sucesso dos referidos programas dependem da estreita articulação entre as esferas municipal, estadual e federal. São componentes essenciais dos projetos de tecnologias de informação e comunicação: infraestrutura, formação, coordenação, pesquisa e avaliação. Dentre os diversos programas e ações foram citados: Plataforma Freire, Aluno Integrado, Portal do Professor, Aprendendo e ensinando com as TIC, Especialização em Tecnologias na Educação, TV Escola na Web, Mídias na Educação, Domínio Público e ProUCA.
Ao final das apresentações, os graduandos formularam suas questões à mesa e procederam o debate sobre as propostas desses programas e ações e sua efetiva execução nas escolas da rede pública, local onde realizam suas atividades de estágio. O ponto forte do debate foi o diálogo entre as intenções e as realizações desses programas. É no relato das experiências cotidianas que os pontos nevrálgicos se evidenciam e as soluções se mostram urgentes. Por isso, a universidade em cumprimento de sua função social precisa aproximar as discussões teóricas fomentadas em suas salas de aula das realidades experimentadas pelos professores e alunos da rede pública, envolvendo-se em ações que possam contribuir para a gestão do social articulando o Estado, os pesquisadores, os profissionais e a sociedade civil.

Parabéns aos professores e convidados da mesa e nossos agradecimentos aos graduandos em Pedagogia pela participação!!!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Robótica Educacional

A Robótica Educacional é uma das possibilidades de aplicação pedagógica das tecnologias. Com ela, professores e alunos podem engajar-se em projetos pedagógicos, baseados na solução de problemas, que permitam a aplicação prática de conceitos da física e da matemática. Além disso, o trabalho com a robótica nas escolas favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e dos príncípios da pesquisa científica.
A Robótica educacional pode ser inserida desde a Educação Básica, por meio de atividades planejadas para os alunos do Ensino Fundamental e Médio. No Brasil, escolas da rede privada e pública inserem a robótica em suas atividades curriculares, desenvolvem projetos e participam da Olimpíada Brasileira de Robótica. "A OBR é uma iniciativa pública, gratuita e sem fins lucrativos totalmente dedicada às escolas, professores e jovens brasileiros que tem por objetivo despertar o interesse pela ciência e tecnologia, utilizando a temática da robótica como "ferramenta para ajudar a aprender". (Fonte: http://www.obr.org.br/).
Os kits de robótica educacional já tiveram custos relativamente altos. Mas, com o desenvolvimento de kits por empresas nacionais, a exemplo da PNCA - Robótica e eletrônica (http://www.pnca.com.br/), as escolas podem encontrar alternativas mais viáveis financeiramente para adquirir e organizar seus espaços de robótica.
Encontramos disponíveis na web uma imensa quantidade de publicações (artigos, vídeos e revistas especializadas) que podem ser consultadas como fonte de informação para fundamentar e subsidiar a elaboração de práticas pedagógicas com robótica educacional nas escolas. A exemplo da Revista Mecatrônica Atual, do artigo RobôCarochinha : um estudo qualitativo sobre a robótica educativa no 1º ciclo do ensino básico e do vídeo do Curso de Robótica Educativa, do professor Enrique Corvera Ormeño (México).
Os alunos do Curso de Pedagogia experimentam o uso da Robótica Educacional por meio de uma oficina realizada na Estação Cabo Branco - João Pessoa/Pb. A oficina oportuniza o contato direto com as primeiras noções de mecatrônica e de programação de computador. Os alunos, divididos em grupos, criam protótipos de robôs e programam algoritmos para realização de funções simples de movimentação. A experiência contribui para a desmistificação do medo da tecnologia e desperta interesses de estudo e pesquisa que remetem os graduandos em pedagogia para novas possibilidades didáticas e metodológicas a serem desenvolvidas com seus futuros alunos.

Confiram as fotos na galeria e o vídeo de nossa experiência e venham dialogar conosco sobre esse assunto!


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Quem usa tecnologia na escola?


São comuns as afirmações de que "os alunos usam as tecnologias digitais", enquanto que "os professores não as conhecem muito bem ou não sabem o que fazer com elas na escola". Conforme podemos constatar em estudo realizado pela Unicamp, disponível para leitura em: http://news.psicologado.com/comportamento/professores-sao-inseguros-para-usar-tecnologia-diz-estudo-da-unicamp.
Embora tais afirmações tenham sustentação na realidade vivida no cotidiano escolar, a questão não se resolve facilmente a partir de uma demarcação simplicada de lugares na ação educativa: quem usa e quem não usa tecnologias na escola?
De fato, os docentes, principalmente, aqueles que não dispuseram de acesso a tais tecnologias ao longo de sua formação acadêmica ou carreira docente precisam superar o estranhamento inicial, peculiar ao novo, e imergir em práticas crítico-reflexivas que lhes permitam conferir significados para o seu fazer educativo, agora mediado também, e não "apenas", por tecnologias digitais. Entretanto, as crianças e jovens da propagada geração x (ou outra denominação que se possa dar aos chamados "nativos digitais"), que fazem uso cotidiano dessas tecnologias em suas mais variadas atividades, apresentam também certas "resistências" quanto ao uso desses dispositivos tecnológicos na educação. Falo mais especificamente do ensino superior, onde supõe-se maior grau de autonomia para aprender e produzir conhecimento por parte tanto de professores quanto de alunos.

Parece-me que ainda precisamos descobrir ou inventar "significados e práticas culturais" para o uso das tecnologias digitais na educação!

Compartilho com vocês algumas das minhas inquietações:

Como explicar o baixo índice de uso de ambientes virtuais de aprendizagem e de ferramentas da web 2.0 (blog e twitter) durante a mediação pedagógica realizada em turmas que possuem cerca de 90% de alunos com computador e acesso à internet em suas residências?

Por que ao serem convidados a participar de forma mais colaborativa da construção de seu próprio conhecimento esses alunos resistem e privilegiam as práticas de reprodução do conhecimento que criticam?

Por quais razões suas vozes não ecoam massivamente em interações presenciais e/ou virtuais entre professores-alunos, alunos-alunos, alunos-internautas?

Em que medida estamos (professores e alunos), de fato, fazendo algo "novo" em termos de ação educativa a partir do uso de tecnologias digitais?

As questões levantadas podem parecer contraditórias, sobretudo, quando propostas por uma professora que estuda e trabalha com tecnologias digitais. Afinal, o discurso posto e massivamente aceito sobre a predominância do uso das tecnologias na sociedade, por vezes, sufoca tantas questões importantes que nos ajudam a "pensar esse mesmo uso". Pois, pelo menos em Educação, mas, eu acrescentaria que em qualquer campo da atividade humana, não podemos sucumbir ao engodo consumista do uso pelo uso. Mas, precisamos nos indagar frequentemente ante cada nova possibilidade de uso sobre: quem usa? por que usa? para que usa?. Diante da proclamada sociedade da informação, do conhecimento ou da aprendizagem, convém atentar para essas e outras tantas questões que constituem o escopo da cidadania e da formação humana no contexto do Século XXI.


sábado, 23 de abril de 2011

Vídeo "Tecnologia no saber" - TV Escola

A Tv Escola disponibiliza em sua série de vídeos "Fazendo escola", um vídeo que discute o uso das tecnologias na Educação. Clique aqui para assistir.

Sinopse:

A série "Fazendo Escola" trata de assuntos referentes à gestão democrática no Ensino Médio com base em experiências bem-sucedidas em escolas brasileiras.
A discussão sobre o uso da tecnologia na educação envolve questões que vão desde a fonte de recursos até o valor pedagógico. Até onde o aluno se deslumbra com a tecnologia e a partir de quando ele passa a aprender com ela?
A tecnologia, em si, não é o foco em sala de aula, mas uma ferramenta. E este episódio mostra alguns caminhos possíveis para sua apropriação nas escolas.

As discussões propostas no vídeo coadunam com as concepções críticas de uso das tecnologias na Educação que tem fundamentado nossas práticas pedagógicas. A busca por experiências realizadas nas escolas por professores e alunos aproximam os graduandos em Pedagogia das aplicações práticas de uso das tecnologias digitais em situações de aprendizagem concretas e constituem-se como fontes importantes em sua formação acadêmica. Em especial, como fontes para a identificação de elementos importantes e norteadores para a elaboração de seus projetos pedagógicos de uso das TIC na Educação Básica.

domingo, 10 de abril de 2011

Criando objetos de aprendizagem










Você sabe o que é um objeto de aprendizagem?

Esta é a pergunta que vai guiar nossa aula prática da semana.

Os objetos de aprendizagem estão sendo amplamente utilizados por professores tanto na educação presencial quanto na educação a distância. Mais que simplesmente conhecê-los, é necessário que tenhamos condições de avaliá-los, aplicá-los em situações de aprendizagem e, sobretudo, produzi-los para os fins educativos almejados.
Bettio e Martins (online, 2011), aprensentam a definição formulada por Beck (2002,p.1) , segundo a qual denomina objeto de aprendizado "qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para o suporte ao ensino. A principal idéia dos Objetos de Aprendizado é quebrar o conteúdo educacional em pequenos pedaços que possam ser reutilizados em diferentes ambientes de aprendizagem, em um espírito de programação orientada a objetos."

Esses objetos de aprendizagem são instruções programadas que reúnem informações sob os mais variados formatos (texto, hpertexto, imagem, vídeo, som, animações gráficas etc.) com finalidades educativas previamente definidas. Com a internet, esses recursos pedagógicos são normalmente feitos em formato de página da web e podem ser acessados e utilizados por professores e alunos simultaneamente em variados lugares do mundo.

“O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância - SEED, que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem”. (MEC, online, 2011). Os objetos de aprendizagem produzidos por equipes de professores de todo o Brasil podem ser acessados e usados por professores da rede pública e privada de ensino em suas aulas desde a Educação Infantil ao Ensino Superior por meio do site: http://rived.mec.gov.br/.

Além dele, outros objetos de aprendizagem podem ser acessados no Banco Internacional de Objetos Educacionais: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/.

Em nossos estudos, usaremos o software de autoria ExeLearning para criar objetos de aprendizagem que utilizem os recursos multimídia para a abordagem dos temas selecionados para nossos projetos pedagógicos. Os objetos de aprendizagem serão criados em formato HTML e disponibilizados em nossa sala de aula virtual no Moodle para uso em nossas aulas na disciplina de Educação e Tecnologias.

Acessem e explorem ao máximo outros objetos de aprendizagem para que possam compreender suas características e suas possibilidades de uso pedagógico!

Referências:

BETTIO, R. W.; MARTINS, A. Objetos de aprendizado: um novo modelo direcionado ao Ensino a Distância. Disponível em: http://www.nead.unisal.br/files/Objetos%20de%20Aprendizado.doc. Acesso em: 10 abr. 2011.


domingo, 3 de abril de 2011

Imergindo no mundo da tecnologia


Para muitos graduandos em Pedagogia, a imersão no mundo das tecnologias digitais é um grande desafio. Nós já iniciamos nossa ciberviagem desse semestre. Aprender a usar a rede para buscar fontes de pesquisa científicas em acervos digitais é uma ação imprescindível ao desenvolvimento dos estudos na universidade. Saber buscar, localizar e selecionar a informação é condição para a realização de qualquer pesquisa de cunho científico. Além disso, ter métodos de estudo e hábitos de leituras são essenciais à produção do conhecimento.
Os projetos pedagógicos que nos propomos a elaborar, inicia-se com a pesquisa científica sobre alguns temas relacionados com o uso das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem. Para complementar as pesquisas que realizamos, segue mais uma fonte de leitura com artigos publicados sobre os temas que estamos estudando.
A Revista Tecnologias na Educação é um periódico semestral que tem como objetivo a publicação de artigos e relatos de experiências desenvolvidos por professores de ensino fundamental e médio e por pesquisadores com foco no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação.
Para ler os artigos publicados no Número 1 da revista, acesse:

Bom estudo!
Profa. Lebiam Tamar.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Iniciando mais um semestre

Iniciamos no dia 14 de março o semestre letivo de 2011.1.
Renova-se o desafio de pensar e fazer o trabalho acadêmico na disciplina de Educação e Tecnologias. A formação profissional dos pedagogos é nosso objetivo. Nosso foco é discutir a articulação entre educação e tecnologias no exercício da docência. No âmbito da universidade, buscamos promover essa formação articulando os três fundamentos do ensino universitário: ensino, pesquisa e extensão. Nesse sentido, a disciplina articula teoria e prática, provocando a imersão dos(as) graduandos em pesquisas, leituras e experimentações de uso das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem.
Nossa ação acadêmica fundamenta-se em uma concepção de ensino universitário que pretende problematizar e construir o conhecimento por meio da tecitura de redes de aprendizagem, nas quais docentes e discentes engajam-se como atores e autores do saber, estabelecendo relações de colaboração. Por isso, este blog educativo tem autoria coletiva e não se configura apenas como um espaço para a disponibilização de informações por parte da professora, mas um espaço de exposição, discussão, elaboração e síntese de "um pensar coletivo" sobre o amplo conjunto de possibilidades de aplicações de tecnologias digitais na educação.

O desafio está posto. "Saudações a quem tem coragem!!!" (Cazuza).